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Ácaros fitófagos
Os ácaros compreendem um grande número de espécies, muitas das quais se alimentam de plantas. De tamanho bem reduzido e as vezes não visíveis à olho nu. Estes artrópodes se alimentam de uma grande variedade de substratos que podem estar presentes nas folhas ( na parte superior ou inferior ), botões florais, ramos, flores e frutos. Apresentam na forma adulta quatro pares de pernas, diferenciando-se assim dos insetos ( hexa poda= 3 pares de pernas). Devido ao seu hábito de alimentação, as folhas podem apresentar prateamento, clorose, presença de teia, tendo como consequência o desfolhamento e falta de florescimento da planta.
CaracolOs caracóis terrestres são moluscos pertencentes à classe Gastropoda e sub-classe pulmonata. São mais de 20.000 espécies descritas, distribuídas tanto nas regiões tropicais, quanto nas temperadas de todo o mundo. Estes animais são também vulgarmente conhecidos como caramujos. Os caracóis são hermafroditas, isto é, possuem os dois sexos no mesmo indivíduo. Eles ficam sexualmente maduros depois de vários meses ou anos, dependendo da espécie. A cópula pode ocorrer várias vezes ao ano, sendo que a corte pode durar algumas horas. Depois de algumas semanas após a cópula eles começam a postura dos ovos. Os ovos são pequenos, possuem uma casca calcaria e são depositados no solo. Após alguns dias ou semanas da postura, nascem pequenos caracóis, muito semelhantes aos adultos. Os caracóis terrestres possuem dois pares de tentáculos e os olhos situam-se no topo do segundo par. As conchas variam muito de tamanho, sendo que a espécie africana Achatina achatina chega a medir 27 cm de altura. Em contraposição existem espécies cujas conchas medem menos que 1 cm.
É comum encontrarmos caracóis terrestres nos jardins, hortas, pomares pois eles se alimentam de diversos tipos de plantas. As poucas espécies carnívoras se alimentam de minhocas ou outros caracóis e lesmas. Os caracóis terrestres são encontrados em ambientes úmidos, não encharcados e são difíceis de serem observados durante o dia, pois 99% de suas atividades ocorrem à noite. Duas ou três horas após o anoitecer os caracóis podem ser observados em atividade. Um dos problemas ocasionado por caramujos é a esquistossomose, que é transmitido ao homem quando ele se banha em lagos, riachos, valas alagadas, brejos, açudes, represas e lagoas, onde haja pouca correnteza, infestados pelos caramujos contaminados. No caramujo as larvas crescem e, no período de 20 a 30 dias, as larvas atingem sua última fase de desenvolvimento. Nesta fase elas são chamadas de cercárias, quando então abandonam o hospedeiro. Então elas nadam ativamente e penetram na pele dos banhistas, iniciando uma nova fase do seu ciclo. Uma vez dentro do corpo humano as cercárias caem na corrente sanguínea, passam pelos pulmões e coração até chegar no fígado. Todo este ciclo dura cerca de 10 dias. No vigésimo sétimo dia os vermes já estão adultos e iniciam a postura dos ovos, fase em que estes já são eliminados pelas fezes. Desta forma entende-se que o ciclo do parasita tem 2 fases, uma no caramujo hospedeiro intermediário e a outra no homem, hospedeiro definitivo. As pessoas que são infectadas pela esquistossomose normalmente não apresentam sintomas, entretanto, aquelas com sintomas podem apresentar a fase aguda ou a fase crônica. Na fase aguda as pessoas apresentam coceira no local por onde as cercárias penetraram. Febre, dores musculares, dores de cabeça, perda de apetite, emagrecimento, suor, frio e dores de barriga podem ser ocasionados. O fígado fica levemente aumentado e dolorido quando se faz palpação. Na fase crônica o paciente pode apresentar 3 quadros distintos: o intestinal com diarreia, cansaço, perda de apetite e barriga dolorida quando se faz palpação; o hepat-intestinal os mesmos sintomas acima aparecem, porém mais acentuados e o hepato-esplênico, quando fígado e baço apresentam lesões acentuadas. Este último é o quadro mais grave, onde o paciente apresenta varizes no esôfago, com sangue no vômito e nas fezes. A barriga fica aumentada com líquido 9 barriga-d’água).
CochonilhasAs cochonilhas pertencem à Ordem Homoptera e à superfamília Coccoides. Este é um grupo bastante grande de insetos que possuem forma pequena e bastante diferente. As fêmeas não possuem asas e não se locomovem. Os machos tem apenas um par de asas ou, em alguns casos raros, também não possuem. Estes se parecem com pequenos mosquitos e podem ser reconhecidos por não apresentarem peças bucais e pela presença de um prolongamento do abdômen. O desenvolvimento das cochonilhas é bastante complexo. as fêmeas depositam ovos dos quais eclodem ninfas. Estas, quando no primeiro estágio, possuem pernas que proporcionam a capacidade de locomoção e antenas. Depois da primeira muda ( troca de pele), as pernas e antenas se atrofiam e o inseto torna-se séssil, isto é, fixam-se em um determinado local sem sair mais. Ali, a ninfa secreta uma capa de cera ou semelhante a uma escama, que é denominada de carapaça. Nas cochonilhas pertencentes à família Diaspididae, a carapaça é separada do corpo do inseto. As fêmeas ficam sob esta carapaça, onde depositam seus ovos. Os machos desenvolvem-se da mesma maneira que as fêmeas, porém, no último estágio de ninfa, antes de tornarem-se adultos, as asas se desenvolvem. São várias as famílias de cochonilhas. Dentre elas citam-se as seguintes: Ortheziidae, Margarodidae, Diaspidae, Acierdidae, Coccidae, Lacciféridae, asterolecaniidae, Pseudococcidae, Eriococcidae, Dactylopiidae e Kermidae. As cochonilhas são de grande importância econômica em várias culturas e plantas ornamentais, pois podem causar prejuízos consideráveis. Pela variedade de famílias acima citadas, pode-se imaginar que estes insetos também apresentam várias formas e cores. Normalmente as cochonilhas são gregárias, isto é, onde existe uma cochonilha, existem outras. Elas são encontradas preferencialmente nas axilas das folhas, sob as folhas, nos ramos e troncos das árvores e até mesmo nos frutos e raízes. A coloração pode ser branca, marrom, avermelhada, verde ou enegrecida. Algumas possuem o corpo mole, coberto por cera ou secreção parecida com algodão. Outras apresentam carapaça dura e arredondada, enquanto algumas possuem o corpo com formato de vírgula. As cochonilhas secretam uma substância adocicada pelo ânus, denominada “honeydew”. Esta secreção é derivada do excesso de seiva da planta sugada pelo inseto, pois é este o alimento das cochonilhas. Esta substância adocicada, atrai formigas que passa, muitas vezes, ser um segundo problema para as plantas. No lugar onde fica aderido o “honeydew”, cresce um fungo negro denominado fumagina que prejudica o desenvolvimento normal da planta. As formigas ao passarem por esta substância açucarada, acabam por espalha-la ainda mais, possibilitando o aparecimento de fungos em diversos locais da planta. Mas, as cochonilhas não são sempre nocivas. Algumas são utilizadas para a fabricação de verniz, como uma espécie de cochonilha mexicana ( Llaveia axin), os machos de Ericerus pela, uma espécie oriental, segregam uma grande quantidade de cera que é utilizada para a fabricação de velas e as ceras das cochonilhas Ceroplastes ceriferus é utilizada na Índia para fins medicinais. Ainda na Índia, ocorrem as espécies de cochonilhas da laca, insetos de grande valor comercial. A espécie Laccifer lacca produz uma secreção cerosa tão abundante que os ramos onde estes insetos se fixam podem ficar com uma camada de laca de até 12mm de espessura. Os ramos são cortados, a laca é dissolvida e refinada e depois usada na fabricação de vernizes, que muitas vezes são pigmentados. Algumas espécies são fontes de corante como o carmezin.
LacraiaAs lacraias possuem o corpo segmentado com um par de pernas por segmento e alimentam-se de pequenos artrópodes. As lacraias possuem veneno, o qual utilizam para paralizar a presa, geralmente pequenos insetos. Alguns gêneros de lacraias costumam ocasionar acidentes com maior freqüência no homem. São as lacraias dos gêneros Cryptops, Otostigmus e Scolopentra. O indivíduo acidentado sente dor localizada intensa e a evolução da picada depende da sensibilidade da vítima ao seu veneno. Em áreas urbanas, as lacraias são encontradas normalmente em jardins, sob matéria orgânica acumulada ( folhas, cascas de árvore), sempre em locais úmidos. Ocasionalmente podem ser encontradas dentro da residência.
Medidas preventivas Algumas medidas preventivas devem ser tomadas, como a utilização de luvas de raspa de couro ao trabalhar no jardim, colocar telas nos ralos de pias, chão e tanques. Manter o terreno sempre limpo e roçado, fechar frestas em muros e paredes, examinar roupas e toalhas antes de manusea-las para evitar acidentes com lacrais. Lagarta da PalmeiraA lagarta da palmeira encontra-se distribuída nos países tropicais da América do sul e no Brasil encontramos desde o estado do Piauí até São Paulo. Estes insetos são conhecidos como a lagarta da palmeira ( Brassolis sophorae). As borboletas medem de 6 a 10 cm de envergadura e tem as suas asas marrons, atravessada por uma faixa alaranjada. As borboletas fêmeas depositam seus ovos agrupadamente sob a folha da palmeira, em quantidade às vezes superior a 100 ovos. As lagartas são de hábito noturno e gregárias, medindo de 6 a 8cm de comprimento. Durante o dia se abrigam em grupo, numa espécie de ninho formado pelas próprias folhas de palmeira. Quando o ninho se torna pequeno elas constroem um outro. A noite abandonam o ninho e saaem para se alimentar das folhaas restando apenas asa nervuras da folha. O ataque em plantas novas podem reduzir o seu crescimento e em plaaantas adultas pode prejudicar a frutificação por 2 anos. Notamos a atividade desta lagarta pela presença de fezes escuras em grande quantidade sob a copa da planta e pelos danos causados às folhas. Ao completarem o seu trabalho as lagartas muitas vezes abandonam a palmeira e procuram um local protegido e sem atividade para puparem; em áreas urbanas notamos uma preferência por beirais de telhado, janelas sob floreiras suspensas, entradas de residências com recuo, garagens, entre outros. As cisálidas são de coloração verde-clara e/ou marrom, medindo de 20 a 30 mm de comprimento por 10 mm de largura. Em praças com grandes quantidades de palmeiras, quando ocorre um surto destas lagartas ( alguns milhares ) ao completarem o desenvolvimento, elas abandonam em fila indiana as plantas em busca de um local para puparem, atravessando a rua em direção às casas e prédios ao redor da praça. O controle pode ser realizado, localizando-se o ninho destas lagartas e removendo o mesmo. Utiliza-se muito vara de bambú com um gancho amarrado na ponta, para cortar a folha com o ninho. Fase de desenvolvimento | Duração em dias | ovo | 20-25 | lagarta | 50-85 | pupa | 11-15 |
PulgõesOs pulgões pertencem a ordem Homoptera, família Aphididae. São de grande importância econômica pois podem ocasionar sérios prejuízos às plantas cultivadas. São muito comuns nas plantas ornamentais, principlamente nas roseiras. Os pulgões apresentam corpo mole, piriforme, isto é, em forma de pera, sendo encontrados em grande quantidade sobre ramos e botões florais. Sugam a seiva das plantas, eliminando uma seiva adocicada denominada “honeydew”. Esta substância corresponde ao excesso de seiva sugada pelo inseto, que uma vez em contato com a planta possibilita o crescimento de um fungo negro denominado fumagina. Este fungo impede que a planta exerça suas funções podendo leva-la à morte. As formigas também são atraídas pelo “honeydew”. Os pulgões provocam o enrolamento ou o murchamento da planta, além de serem vetores de micro-organismos que causam doenças às plantas. Alguns pulgões podem apresentar asas que, em repouso, são mantidas verticalmente sobre o corpo. Na parte posterior do abdome dos pulgões, existe um par de cornículos, estruturas tubulares que funcionam como tubos secretores de cera. Tatuzinho-de-jardimOs tatuzinhos-de-jardim são crustáceos terrestres, pertencentes a super família Oniscoidea. Eles tem a capacidade de enrolar o corpo como uma bola, fornecendo-lhe proteção e diminuindo a perda de água do organismo por evaporação. Podem ser encontrados sob pedras, galhos, folhas e matéria orgânica. Estes animais causam danos nas raízes e folhas das plantas, porém atuam de forma eficiente como decompositores.
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